Em GO, presídio deverá ser demolido para construção de novo complexo

A Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep) anunciou a construção de um novo complexo penitenciário em Aparecida de Goiânia. No projeto, que deve ser concluído em 2014, estão previstas alas com espaço para 1.100 vagas. Além disso, 21 galpões destinados para instalações de novas indústrias deverão ser entregues até o final do próximo ano.

Segundo o presidente da Agsep, Edemundo Dias, os prédios antigos da Penitenciária Odenir Guimarães (POG) serão demolidos em 2014. "Talvez possamos manter alguma parte como o museu histórico, mas o restante tem que ser tudo implodido porque nós precisamos de espaço para construir novas unidades prisionais modernas e com estruturas seguras para ser realizado um trabalho com mais eficiência", salienta o presidente.

Em entrevista à TV Anhanguera, ele reconheceu a fragilidade no sistema de segurança e a falta de estrutura na POG, o que prejudica o processo de reeducação dos detentos. "Isso daqui é um mundo submerso e esquecido. Há improvisos e gambiarras porque a estrutura física é muito deficiente, pois o prédio é da década de 1960. Presos ociosos e sem fazer nada por causa desses transtornos faz com que o sistema prisional brasileiro vire um caos e até um inferno", declara Edemundo Dias.

Atualmente, 1.550 detentos estão cumprindo pena na POG, mas a capacidade máxima é de apenas 720 presos. Com isso, além da precariedade na estrutura, a comunidade carcerária reclama da superlotação. "Minha cela já ficou com 30 presos. Não dá nem para dormir e alguns ficam até no banheiro", revela o reeducando Ronaldo Novaes. Outro preso ainda teme riscos de contrair doenças. "Estamos expostos a vários tipos portadores de doenças infectocontagiosas, pois não existem separações", conta Geraldo Dornes.

Devido à falta de espaço nas celas, os detentos criaram uma área no pátio central, onde eles moram em barracas improvisadas feitas com tecidos e lonas. Neste local, os presos convivem com outros, lavam roupas e recebem visitas.

Antigo caos

Desde a década de 1980, a Penitenciária Odenir Guimarães apresentava falhas na segurança e tinha problemas estruturais graves. Por isso, em 1996 uma comissão composta por representantes da Secretaria de Segurança Pública e do Ministério Público e Justiça esteve no local para verificar o que estava acontecendo, mas a visita acabou na maior rebelião que já aconteceu na unidade.

Entre os reféns, estava o desembargador Homero Sabino, que na época era presidente do Tribunal de Justiça de Goiás. Os integrantes da comissão ficaram durante sete dias reféns de 44 detentos. Mesmo após 17 anos da rebelião, o prédio continua o mesmo, porém, com mais problemas nos sistemas elétrico e hidráulico.

O juiz de execuções penais Wilson da Silva Dias declara que o sistema penitenciário de Goiás deve ser revisto urgentemente. “Já não existe mais neste país presídios com a estrutura da Penitenciária Odenir Guimarães. Tudo isso proporciona ações desenfreadas e criminosas de determinadas pessoas que tentam facilitar a vida de detentos que estão cumprindo pena", declara o juiz.

Fonte: G1

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